May
2010
Fechamento do dia
Fim de dia, momento de pensar. Leio? Vejo algum filme? Procuro uma música nova? Durmo? E vem também o pensamento: “o que eu fiz hoje?”. E a ele segue outro, terrÃvel: “e pelos meus sonhos e projetos?”
Este último, tenho certeza, já levou muita gente à loucura, talvez ao suicÃdio. A resposta é sempre insatisfatória. E tem gente que resolve não se perguntar mais, que não pensa mais nisso, que “amadurece” e vai trabalhar, esquece a poesia da vida (e chamem isso de imaginação, espiritualidade, amor, infância ou esperança, são como tentáculos do mesmo polvo, da mesma ideia).
Mas cá pensei: “não fiz nada, ou não notei nada do que fiz? E se não fiz, por que não? Eu deveria pensar nisso antes de começar qualquer coisa durante o dia. Se vou trabalhar é para conquistar algo, e se vou pegar o ônibus lotado é para chegar onde escolhi ir. E se algo foge disso não seria o ponto de trocar?”
Também tem a questão, é mesmo o meu sonho ou gosto de imaginá-lo porque meu sonho mesmo é sempre querer algo que não tenho?