O Diogo mudou a home do site dele hoje.
Ficou bonita. =)
Eu ajudei um pouquinho com código hoje do trabalho, pra fazer o formulário de email, mas ele usou umas coisas que precisa me ensinar depois também…
Há um tempo atrás eu ouvia Nightwish, bastante. Mas enjoei, enjoei de Blind guardian, de Rhapsody, de Within Temptation e de todas essas coisas, fui ouvir Madonna, Rammstein, SigurRós, Björk e Panic At The Disco. Daà conheci Tori Amos, Brazilian Girls e Mika.
Mas nesse tempo eu soube que a Tarja saiu do Nightwish, mas não acompanhei muito a história.
Dias de nostalgia vieram e desenterrei Rhapsody.
Achei sem querer as músicas novas de Nightwish, sem a Tarja, achei legais… Mas não me atraiu tanto.
Quando me contaram de como a Tarja saiu eu não quis gostar dela, mas fui ouvir… Achei o site dela e um clipe.
Eu adorei o clipe! Adorei o novo estilo dela.
Ela misturou aqueles elementos de Nightwish, dela mesma, da Finlândia e fez algo bem próximo do pop (a Andrea Hagen, ex-Hagalaz’ Runedance, fez o mesmo caminho quando virou Nebelhexë).
E eu gosto desse ‘pop pagão’, mesmo o pagão discreto, sutil… Na verdade prefiro até.
No clipe do novo álbum dela, o My Winter Storm, ela canta I Walk Alone. E aparece de três formas (ou quatro, uma delas eu não soube se era ela).
Dêem uma olhada no próprio site dela aqui.
E eu terminei de ler o Labirinto (Labyrinth) de Kate Mosse.
No começo achei insuportável, irritante, e clichê.
Mas eu comprei, paguei caro, e esperava por esse livro há muito tempo. No começo foi uma decepção… Mas, eu acabei sendo envolvido sem notar pela trama do livro, a história de duas mulheres, uma no século XI e outra nos dias atuais, em torno do mesmo segredo, do Graal.
De novo a discussão do Graal ser uma taça, uma pedra, um segredo, um encanto ou uma idéia. Mas o que ele é para Mosse vocês vão descobrir no livro.
A história se ambienta no sul da França, cita Jerusalém, o Egito e a Inglaterra.
A autora usa os cátaros e a cruzada contra eles e fala do começo da Inquisição.
Meu interesse pelo livro veio quando eu li o “Kate’s advice to writers” que vocês podem ler inteiro em inglês aqui.
É uma série de HQ do Neil Gaiman, a história de Sonho, um dos pepétuos, filhos da noite, não chegam a ser deuses, mas muitas vezes confundidos com eles. São: a Morte, o Destino, o Sonho, o/a Desejo, a Desespero, o Destruição e a DelÃrio (outrora Deleite).
Dizem que é a obra-prima de Gaiman, autor de Deuses Americanos (American Gods), cheia de referências a mitologias do mundo inteiro, a arte e ao mundo “atrás da coxia”, uma caracterÃstica bem marcante também no Deuses Americanos.
Eu não gosto de HQs, mas com Sandman foi diferente, me prendi a leitura e não conseguia parar, passava horas por dia lendo.
A história começa com uma seita secreta tentando aprisionar alguém que lhes dará muito poder, mas eles acabam aprisionando alguém errado, com um manto de noite, um rubi no pescoço, um elmo feito dos ossos de um antigo deus morto, com uma anfora de areia…
“Cuidado com o que pedes, podes ter o pedido atendido.”
Cuidado com o que deseja, pode cair na tua cabeça!
E, sim, principalmente, cuidado com QUANDO deseja. Deseje uma coisa por vez: você pode ter a oportunidade de ter tudo mas não ter braços longos o suficiente para abraçar o mundo.
O resultado é uma distenção – e se perde a força, se perde tudo – ou ter que abdicar a um dos sonhos.
Acho que foi a moral do dia.
(Os olhos brilham quando eu imagino o curso acabando e eu tendo tempo pra pensar em outras coisas)
Mais um dia.
TÃlio, o aposentado, estava em seu posto de sempre, na rua. Observava as pessoas: suas atitudes, roupas, gestos, conversas, olhares; de algumas deduzia a personalidade, refletia sobre elas e seus valores. Tentava desvendar os mistérios da alma humana.
Tinha certo repúdio por árvores e animais, mas ficava sempre numa alameda cheia de tÃlias, irritava-se com suas folhas secas caindo a seus pés. Era pior quando o vento as fazia roçar em seu corpo durante a queda! Não suportava quando isso acontecia, e praguejava muito!
Era um desses velhos ranzinzas, com muito assunto, mas pouca disposição para conversar. Raramente se dirigia a alguém e normalmente era para julgar, aconselhar com petulância, ou condenar: tantas vezes quis dar uma bofetada em alguma criança traquinas! Mas seu chamado sempre foi ignorado, quando muito lhe dirigiam um olhar apressado e logo desviavam, pisando nas folhas secas de tÃlia, com aquele detestável crec-crec. Assim, estava sempre sozinho, ali para julgar qualquer transeunte, sob chuva e sol, no frio e no calor.
Não tinha noção de tempo, perdia-se nele entretido com suas observações sobre os outros; não tinha posses; não tinha mais amigos ou famÃlia, há muito não via um rosto familiar de sua época amigável e parecia fazer questão de não conhecer gente nova. Era rÃgido consigo mesmo, não se permitia pensamentos depravados, não se deixava desviar a atenção do julgamento dos outros. Os outros: seus eternos réus.
Mas a Eternidade se manifesta fora do tempo, e não era neste campo que TÃlio observava. Seu olhar crÃtico esqueceu-se de julgar a si mesmo e colocar-se em seu lugar, e, como ironia presenteada como vingança pela própria Eternidade, um dia todo seu mundo e seu julgamento caÃram. As drÃades das tÃlias fizeram cair as folhas de toda a alameda naquele dia. Eternidade, princesa do além-tempo, que jamais poderia entrar nos reinos do prÃncipe Tempo, enviou seu carro carregado com aquilo que faria cair a torre onde se passava o julgamento de TÃlio. Nele veio sua Morte, não para arrebatá-lo, mas para domar sua alma, para enforcar a Arrogância que lhe tomou e atirá-la entre o sol e a lua, fazer brilhar uma nova estrela na alameda dos loucos, dos pioneiros e dos amantes. TÃlio, o prÃncipe rabugento daquele mundo, perder-se-ia no seu lugar de fantasias e excessos; tornar-se-ia andarilho perdido, viveria pela sorte num mundo de sombras; e, ali, de olhos vendados, encontraria de novo seu equilÃbrio, ou cairia na loucura, de onde nunca voltaria.
Uma criança se aproximou com um cachorro, pequeno e tão doce. Pareciam dois seres do outro mundo, levando notÃcias e mensagens a um grande homem. TÃlio não resmungou. Vinham em sua direção, e isso o excitou, o extasiou: enfim, companhia!
O cachorro tomou a frente, era branco e suas orelhas amarelas, só elas não eram brancas naquele animal que dançava, não corria.
Cheirou os pés de TÃlio, abanava o rabo. Ele o notou!
Como era bom ser notado, ser percebido. Até se sentia amado, aquela alegria do cão não podia dar-lhe outra interpretação. O animal olhou para o alto, para ver TÃlio inteiro! A felicidade do velho foi tanta que sentiu seu coração se derretendo até seus pés ficarem úmidos…
– Beni! Não faça xixi nas árvores! – O garoto gritou. Para o cachorro. TÃlio se  arrepiou. O céu estava nublado; mas o sol aparecia, baixo, perto do horizonte, caindo lentamente para se pôr, irradiando uma luz cruel e mórbida, sarcástica, mostrando a TÃlio a urina do cachorro, que brilhava em seus pés.
“Não faça xixi nas árvores!†Mas o cão urinou nele! TÃlio teve medo. O menino continuou seu caminho sem nem lhe pedir desculpas, o cachorro seguiu correndo pela alameda. Ele não conseguia abaixar-se para limpar os pés.
O vento do entardecer fez cair mais folhas perto dele, elas o irritaram mais, mas não resmungou, notou que as pessoas passavam por ele sem o olhar: ele sabia que costumavam observar e rir às escondidas quando alguém passava molhado por ali, como ele devia estar, mas não dele; e não era respeito, era indiferença. Não sentiam graça ou indignação; mal olhavam, aquilo lhes era natural.
Tentou pedir ajuda, mas o ignoraram.
Então começou a pensar sobre como as coisas mudaram. Lembrou-se quando era um respeitado homem em sua vizinhança, que teve famÃlia um dia, mas só tinha reminiscências. Buscou em sua memória, mas nada encontrou por toda aquela noite. Perdeu-se no tempo, de novo.
E, ao amanhecer, viu uma movimentação estranha na rua: bombeiros com serras para cortar árvores preparavam-se para cortar alguma tÃlia. Ficou realmente feliz com isso, uma dessas árvores-despenca-folhas a menos para importuná-lo. Mas só cortavam árvores doentes, ele saberia reconhecer uma, mas não a encontrou. As serras foram ligadas, o perÃmetro de segurança montado. Começaram a cortar.
TÃlio se lembrou.
Sua famÃlia vivia bem: seu filho trabalhava e sua esposa era uma boa avó, fazia doces aos fins de semana e à s vezes sentia falta dele; mas viviam bem. Ele tivera um infarto há muito tempo e morrera.
Viu então como as pessoas se vestiam diferente, como o mundo era outro, e os anos se passaram. Ele renascera e era árvore. Só se deu conta disso quando morria de novo.
Só tinha uma lasca de tempo até ser tomado, novamente, pelos braços da Eternidade, entre os mortos. Apenas este momento para sentir o mundo como árvore. Sua arrogância o cegara e nunca admitiu sua condição.
O primeiro galho caiu.
(revisado em 15 de setembro, 2010)
Eu fui procurar por curiosidade o que se fala sobre o significa se se sonhar com lesmas e encontrei uma história divertida sobre uma lesma, não encontrei o tal significado do sonho.
Não que eu tenha sonhado com lesmas, mas vi uma esses dias…
Este fim de semana me deu vontade de voltar com um antigo projeto, o meu primeiro… o meu “segredo” favorito… vamos ver no que dá.
Estou terminando de ler Sandman… depois falo sobre.
O livro da Kate Mosse… Labirinto… eu não parei de ler por questão de honra (e custo): livrochato.
PS: Acho digno corrigir isso, ao terminar de ler achei o livro bem interessante e passei ainda uns dias ‘com saudade’ da trama. (13/dez/07)
PS2: Repito: não encontrei o tal significado do sonho.
Passando dois anos sem escrever eu aprendi muito.
Escrever é como ter um filho, e manter-se escrevendo é como cuidar de um filho. Mas é o tipo de filho que te faz ser conhecido como pai dele, não como você mesmo. Uma paternidade talvez parecida com a dos músicos…
Traz popularidade, traz fracasso, traz sátira, traz vergonha, traz reprimenda, ou orgulho, ou recompens, ou sonho.
Abandonar um filho talvez seja um dos crimes mais mal vistos, não é mais que matar um pai ou uma mãe, com certeza. Isso tudo é a derrubada de um dos valores fundamentais da cultura, da civilização. Assusta as pessoas ver algo que pode ameaçar aquilo que consideram sua estabilidade.
Eu abandonei o escrever há dois anos, aos poucos, quase sem notar, eu vi meu nome cair no esquecimento de muita gente, vi meu orgulho murchar e se dobrar sobre si, até secar e tornar-se alimento da terra que o alimentou, vi meus dedos doerem, meus olhos incharem, minha garganta secar. Eu notei os sintomas, não notei a doença. Eu traà meus sonhos.
De certa forma ainda não estou morto. O orgulho é uma planta difÃcil de matar, este orgulho que estou falando aqui. Interessante citar meus trevos que pareciam mortos, estavam murchos, dobrados sobre si mesmos, fechados, mas eu os reguei e eles, no dia seguinte se levantaram, grandes e bonitos como sempre. Nem todos se levantaram, claro, mas aqueles que se dobraram até o fim, até não ter mais forças para se levantar de novo, deram lugar a novos trevos. Começaram em três, um não resistiu, todos os outros estão lá, juntos com mais outros, hoje são cinco, talvez seis, mais um novo que saiu da terra ontem.
Não escrever me faz me sentir velho, e eu sei que não sou velho, sei que sou jovem ainda. Mas sempre que eu tento e sinto como deve ter se sentido aquele trevo que não se levantou mais. Foi a falta de água, falta de carinho a um filho que eu abandonei, que apodreceu dentro de mim e me mata aos poucos.
Mas talvez ele seja como os outros dois trevos.
Enquanto isso eles, não os trevos, simplesmente ‘eles’ para vocês, sentam-se um no meu ombro direito e outro no meu ombro esquerdo e me observam preocupados, não sabem o que fazer. Não sabem que sonho pedir por mim.
Uma vida medÃocre é pior que a morte.
E depois de dois anos desaparecido, depois de ter trocado de nome, de ter pedido que se afastassem, quantas pessoas vão ler isto?
Talvez seja só um pouco de romantismo da minha parte, um pouco de ultra-romantismo. Não faz diferença. Eu ainda vou tentar me levantar. E se não conseguir talvez seja mesmo melhor deixar que o corpo apodreça. Existem outros trevos neste pequeno vaso…
“Meu distúrbio, não diagnosticado pelos mais renomados especialistas, não aceito pelos filósofos e religiosos, torna insuportável a minha vida. Todos à minha volta temem a morte, eu temo o nascimento. Devo explicar a minha situação, porque não tenho amigos que saibam dela e pretendo terminar a minha vida de uma forma que me seja familiar […]