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Do limiar

Na teoria do monomito de J. Campbell (esse é o JC que eu gosto) existe um momento/lugar que posso chamar de mundo comum, ou mundo ordinário.
Não existe nada de errado em viver nele, mas vivendo nele não é de herói que você pode ser chamado.
Nesse momento o futuro herói é chamado para a aventura, ele encontra um mentor que o porá a prova, e pra sair do mundo comum e entrar no mundo estranho ele precisa enfrentar um guardião – ou derrotá-lo, absorvê-lo, aliar-se a ele, que seja.
Na busca dos sonhos da gente também temos nossos guardiões, também deixamos um “mundo comum” para trás. Também deixamos amigos, família ou conceitos, ou todos e mais. E faz pensar que quem mais se dói no duelo com o guardião é o herói, mesmo vencendo, porque é sempre uma perda.
Mas ele pode se resignar à dor e voltar, fracassar. Mas vai ser impelido a continuar, e vai enfrentar o guardião de novo.
Crescer dói, e todos se lembram das dores do crescimento na adolescência e pré-adolescência.

E nada no mundo estranho é como no mundo comum.
Quando o herói se dá conta disso, respira fundo e agradece ao guardião morto por ter dado sua vida por essa lição.
Ele não sente saudade.

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13
Dec
2010

Daniel E.

“Meu distúrbio, não diagnosticado pelos mais renomados especialistas, não aceito pelos filósofos e religiosos, torna insuportável a minha vida. Todos à minha volta temem a morte, eu temo o nascimento. Devo explicar a minha situação, porque não tenho amigos que saibam dela e pretendo terminar a minha vida de uma forma que me seja familiar […]

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