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03
May
2007

Aventuras no Ônibus

Hoje no ônibus na volta para casa fui acordado de meu cochilo por um homem gritando pro motorista ir direto pro hospital: uma mulher estava passando mal, não sentia o corpo.

Engraçado como as pessoas reagem: umas se encolhem duvidando, outras com medo, outras (a maioria) começa a resmungar, ouvi até o comentário que existia o 911 para isso, e que o motorista não deveria levá-la.

No fim o motorista levou, mas eu não vi o que aconteceu, preferi descer e pegar um terceiro ônibus, pelo menos eu desceria mais perto de casa… e acabei chegando mais cedo que o normal. Mas eu achei bonita a atitude do motorista, de pisar fundo e ignorar os passageiros irritados, mesmo que isso não seja mais que a obrigação dele. E me diverti com os resmungões por acabarem ficando lá dentro.

Mas andar de ônibus sempre trás histórias para contar: ora uma pessoa resolve tirar a roupa lá dentro, ora tem uma dona cantando hinos evangélicos, muito desafinada, e um menino sentado do seu lado com a unha do dedão muito estranha rindo tímido, tentando puxar assunto.

Ou alguém que a gente encontra. Ou um motorista que gosta de fechar outros, que brinca de racha e faz a gente ter que ir até a terceira faixa pra conseguir embarcar no ônibus. Ou, a gente acaba encontrando alguém que deixa a gente mudo, e reencontrando mais uma vez, e outra… e sempre é assim, a gente continua mudo, sem saber o que fazer.

Discussão

diz:

….sabe Dudo, alguém um dia deveria escrever um livro sobre isso…
Essas peripécias….urbanas… dão tão boas historias…

diz:

Lendo esté post me senti um ser humano, que adora colecionar recordações… Talvez porque também tenha várias histórias para contar, sobre viagens de ônibus em questão. Os resmungos são os melhores e relatos de gente que até caiu para fora do veiculo são absurdos. Apesar de quase sempre não me lembrar de quem sou em viagens para foda daquilo que julgo por sentido, em passeios de onibus, vou sempre em frente, a seguir para meu destino.
Esqueço de minha vida e me deixo flutuar nas asas de uma imaginação fértil e de um mundo onde o inevitável acontece, porque eu quero que aconteça. Talvez nem tudo seja verdade, mas estando feliz em meu mundo eu não preciso mais de nada que me sustente alegria, mas como tudo não são girassois, o brilho de uma ilusão se consome em fosco ao passar de um tempo…
Eis a hora de voltar para a realidade…



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13
Dec
2010

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“Meu distúrbio, não diagnosticado pelos mais renomados especialistas, não aceito pelos filósofos e religiosos, torna insuportável a minha vida. Todos à minha volta temem a morte, eu temo o nascimento. Devo explicar a minha situação, porque não tenho amigos que saibam dela e pretendo terminar a minha vida de uma forma que me seja familiar […]

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